segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Homero Carvalho 


Vigencia de la injusticia

Para colmo de mis desgracias hoy cumplo sesenta años. Seis décadas que las sufrí intentando mejorar mi vida sin lograr adquirir ni un metro de tierra donde caerme muerto. Toda esa vida de mis días oscuros la gasté trabajando duro de estación a estación, sin descanso, jornaleando donde podía, sin seguro social ni sindicato que valga, trabajando aquí y allá, en todas partes y en ningún lugar. Y miren a mis hijos ¡los pobres! Dios sabe por dónde andarán. Ellos se cansaron de comer su diario plato de angustia y simplemente se fueron, sin despedidas ni abrazos, se fueron. A mi mujer se le secaron las lágrimas y se le erosionó la piel transformándose en un duro y seco pergamino de cordero. Tan vacía quedó —la que un día se fugó conmigo sin importarle sus propios padres— que no levantó la vista cuando el último de nuestros hijos se marchó en busca de otro pan para llenar su hambre atrasada, única y amarga herencia que les dejamos. Sesenta años que me costó envejecer, con el sufrimiento en cada arruga, en cada surco de mi cara, terribles años de desesperanza que consumieron la luz de mis ojos y la alegría de mi risa. Tantos años que los creía sólo míos y viene este jovencito, con su cámara fotográfica y sin pedir permiso se adueña de mis desvelos, de mis rabias, de mis tristezas. Click, y se apropia, a cambio de nada, de todas las arrugas de mi rostro.


Tradução:

Vigência da injustiça

Além de todas as minhas desgraças hoje faço sessenta anos. Seis décadas sofridas tentando melhorar minha vida sem nunca ter conseguido um pedaço de terra para cair morto. Toda essa vida de meus dias escuros gastei trabalhando duro de estação a estação, sem descanso, fazendo bicos onde podia, sem seguro social nem sindicato que valha, trabalhando aqui e acolá, em todas as partes e em nenhum lugar. E olhem os meus filhos, os pobres! Só Deus sabe por onde eles andam. Eles se cansaram de comer o seu diário prato de angústia e simplesmente se foram, sem despedidas nem abraços, se foram. As lágrimas da minha mulher se secaram e a pele dela se converteu em um duro e seco pergaminho de cordeiro. Ficou tão vazia – aquela que um dia fugiu comigo sem se importar com seus pais – que não fez vista grossa quando o último de nossos filhos foi embora em busca de outro pão para saciar sua fome atrasada, única e amarga herança que lhes deixamos. Sessenta anos que me custou envelhecer, com o sofrimento em cada ruga, em cada linha do meu rosto, terríveis anos de desesperança que consumiram a luz dos meus olhos e a alegria do meu sorriso. Tantos anos que acreditei serem só meus e me vem este jovem, com sua câmera fotográfica e sem pedir licença se apossa das minhas desilusões, das minhas raivas, das minhas tristezas. Click, e se apropria, em troca de nada, de todas as rugas do meu rosto.


Tradução coletiva: Prof. Pedro Granados, Emanuely Duarte, Izabela Fernandes e Jazmin Gutierrez. 

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Sopa de meteoros 


Cristales navegan por Islas flotantes 
Desabrochan
Flores 
Estrellas silenciosas 
El océano 
Por donde pasaron Carabelas y castillos 
Peces gigantes 
Barcos 
Náufragos 
Flores carnívoras 
Sobre un iceberg 
Esponjas 
Con o sin espinas 
Caracoles 
Monstruos marinos sobre rocas 
Sopa de meteoros 
Hierve bajo el sol colgado en el cielo

Poema de Giane Lessa!

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

PIANO E POESIA

Disse o dizia

Assim, assim
Sim...
As-me assim
Suor na face
Toque ali
Dedos à esquerda
Caixa sente o atrito
Cordas respondem tom dó
Suave
Piano
Sereno
As-me assim
Mãos do mi
Lá vem o sentir




Izabela Fernandes de Souza

PIANO E POESIA

LETRA E SOM...

Notas contundentes 
Que transportam
Guiam
Dão o norte
Rumo ao silêncio ambicionado
Tumultuado
A efervescência da ação
Lançada ao espaço
Se transforma em som
Cansado
Destinado
Ao fim,
Nem sempre o mesmo, 
FIM. 


Emanuely Duarte

domingo, 4 de agosto de 2013

                                     PIANO E POESIA 


                                        ERA UMA VEZ......




Um belo dia
E tudo começou naquele instante
De repente 
Foi naquele momento
Sei lá!
Como posso iniciar uma história?
Quem sabe pelo nascimento
O primeiro choro!
De frio, de fome
De susto, 
Ora....






Selma Araujo

PIANO E POESIA

sexta-feira, 26 de julho de 2013

POEMASPIANO


EL TRIANGULO MARTILLO

De instantes...momentos.., estos que ampliaron la última marca  jajajaja...las
                    tensiones que inmortalizaron nuestro encuentro.
Salto, de dos en dos, dejando una huella en falso
Qué larga la espera, faltos de piso
Se congeló, el último toque
El triangulo y el martillo
Esas voces, y esos silencios
Qué mirada!, Recorridos
De frente amplia, de corta vida
Enrulados momentos
Te persigo, sin seguirte
Vienes, ahora te sigo, qué tenso!
Los viernes, a las nueve
Y de lunes a lunes, por teléfono sin saldo.
Tocares extensos, me cortaron la línea.
Por sobra de crédito, por inutilizarte.
Re-cuerdo, no estoy.
Con tremenda calma, sin acordes, 
cada instante, ocupa un espacio.
Zumbas, y me ofreces un panhuelo.
Qué bueno que haya salido el sol!
Ya secaron.
Que pase la gota,
Timbales y platillos...el mejor piano.
Se me congelan los pies, se deshielan los ojos,
Pa, para, pa, papa...PEP!!, pePEp!
Danzemos...
Deslízate, sobre mi cuerpo sudoroso.

JAZMÍN G.

terça-feira, 23 de julho de 2013

POEMAS DO CALEIDOSCÓPIO / POEMAS DEL CALEIDOSCOPIO






Beija- flor

Vejo pássaros, muitos pássaros
De todas as especies
Negros, azuis e amarelos 
Uma borboleta surge em meio aos pássaros 
Um cisne, uma garça
Uma gaivota, um pica-pau
Todos voam para longe
Todos se vão
Mas um beija- flor permanece ali
De flor, em flor
Na busca incessante pelo néctar 
Nos contempla com seu voo
Nos mostra que é possível ficar, lutar e vencer. 

                                                                           Selma Araujo

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Juguetes del Coleidoscopio

Elizabete da Conceição Vieira

Poema
Pássaro Veloz

   Vejo um montinho no chão  não sei bem o que é! Espera! Tem vida, está respirando. Vejo penas, caiu uma asa para o lado esquerdo,  outra asa se abre para o lado direito.
  Incrível! O que eu vejo no chão é um pássaro e ele sente dor, está machucado e sua respiração é ofegante.  Inacreditável, mais um movimento porque quer se levantar, outro movimento e o pássaro se levantou.
 Ah! Ele sente dor, em meio a dor vejo a beleza, um pouco da cor azul em suas penas, vejo o marrom, o cinza e o amarelo que enfeitam suas asas.
 Em meio a dor contemplo o esforço  as asas caem para a direita para a esquerda. O esforço é enorme.
 Mas...ele novamente levanta as asas. É como a brisa...suave...logo as asas ganham velocidade...agora é como o vento forte, enfim ele voou.
  Esta ganhando as  alturas. Ah! Vai cair. Não!  Ele se recuperou e voou ganhando os céus azuis, os verdes dos campos e já não o vejo. 
 Está ficando pequeno, pequeno e pequenininho. Diminuto porque ganhou velocidade e a velocidade traz para  o pássaro a imensidão.                                      
Não o vejo mais, apenas as nuvens , agora só o amarelo do sol. O pássaro ganhou sua liberdade.




Comentário
 A experiência com o coleidoscopio foi fantástica. É incrível olhar para dentro de algo muito simples e ver algo muito extraordinário.  Confesso colegas, eu vi esse pássaro. Não duvide! você também pode ver . Faça a experiência e divirta-se.




El patotucán

Observo un pato siendo violado por un tucán, placerosamente. Sin embargo, el pato parece disfrutarlo mucho.. Si la imagen del tucán se observa horizontalmente sobre el pato, el mismo parece agresivo. Si la ubico verticalmente, parece ser la víctima de la historia. En otra posición, el pato está como aprovechando el cuerpo del tucán como para sacarle las pulgas. En esa posición parece un perro, con pico de pato y el tucán, una cigueña, con pico de tucán, por las patas, creo. Observándolos más detenidamente, creo que son hermanos siameses. El pico del tucán hace de ojo al pato y las patas del pato, hacen de cola al tucán.  El tucán sale del pechopato y el picopato del corazóntucán. Tarde verde, desde el fondo amarillo de mi casa. Cueva profunda que dispone de un poco más de espacio que los humedales del cuaĺ huyeron.  Humedales en extinción.

POEMAS DO CALEIDOSCÓPIO / POEMAS DEL CALEIDOSCOPIO







Um coração em meio ao caos

Um coração em meio ao caos
Perdido em um mundo de palavras
O alto das montanhas me conduz
Há um lugar mais que incomum
Um cavalo perdido no nada
Um bebê que dorme
Em sonhos tentando se encontrar
E ao longe
Um gato feito de palavras
Que do alto da montanha
Observa tudo ali
E uma águia que no mais profundo céu
Voa ao seu encontro.

TRADUÇÃO:

Un corazón en medio del caos

Un corazón en medio del caos
Perdido entre un mundo de palabras
La altura de las montañas me conduce
Hacia un lugar más que incomún
Un caballo perdido en la nada
Un bebé que duerme
En sueños intentando encontrarse
Y a lo lejos
Un gato hecho de palabras
Que desde lo alto de la montaña
Observa todo alli
Y un águila que en lo más profundo del cielo
Vuela a su encuentro.


Emanuely Duarte.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Metamorfose e crítica





Metamorfose                                                         Metamorfosis

Súbito pássaro                                                      Pájaro súbito
dentro dos muros                                                  entre los muros
caído,                                                                   caído,

pálido barco                                                         pálido barco
na onda serena                                                     venido en la onda
chegado.                                                              serena.

Noite sem braços!                                                Noche sin brazos!
Cálido sangue                                                       Cálida sangre
corrido.                                                                corrido.

E imensamente                                                     E imensamente
o navegante                                                         el navegante
mudado.                                                              mudado.

Seus olhos densos                                               Sus ojos densos
apenas sabem                                                      apenas saben
ter sido.                                                               que fueron.

Seu lábio leva                                                      Su lábio lleva
um outro nome                                                    distinto nombre
mandado.                                                            enviado.

Súbito pássaro                                                    Pájaro súbito
por altas nuvens                                                  por altas nubes
bebido.                                                               bebido.

Pálido barco                                                       Pálido barco
nas flores quietas                                                en flores quietas
quebrado.                                                          quebrado.

Nunca, jamais                                                    Ya para siempre
e para sempre                                                     y para siempre
perdido                                                               perdido

O eco do corpo                                                  Eco del cuerpo
no próprio vento                                                 en el mismo aire
pregado.                                                             clavado.

Cecília Meireles                                                 Tradução: Ricardo Silva
                                                                                          Santisteban


Crítica:

A principio quando nos deparamos com a tradução de Ricardo Silva Santisteban, é possível identificar que o tradutor manteve a estrutura do poema, o giro semântico que a estrofe 4 sugere e o ritmo do poema. Porém, certos confrontos semânticos pelos quais os sentidos das palavras brincam entre si e produzem um ar de ambiguidade no poema em português, não são encontrados com a mesma ambição nas escolhas realizada pelo tradutor. Na tradução do primeiro verso do poema “Súbito pássaro”, traduzido por “Pájaro súbito”, Ricardo opta por uma inversão. Na qual prioriza com mais força um determinado sentido de “súbito”, em contraposição as possibilidades que a versão em português carrega. Outro caso vêm a ser a tradução da estrofe 6 em que “mandado” é traduzido por “enviado”. Neste caso a palavra “mandado” carrega o sentido de “enviado”, no entanto a força semântica que ela produz não esta comportada na tradução. Pois este algo que é mandado esta marcando a intensidade da metamorfose, transforma o pássaro navegante e o seu eu poético. Na penúltima estrofe também nos deparamos com outro exemplo, onde “Nunca, jamais” que se contradiz ao verso seguinte “e para sempre” foi traduzido por “Ya para siempre” “y para siempre”. A escolha de Santisteban pode estar carregando o sentido, mais não a brincadeira que a contradição causa. Contudo ao resolver a antítese o tradutor produziu uma neutralização no poema, domesticando assim a complexidade do mesmo.


Por: Izabela Fernandes de Souza

sábado, 29 de junho de 2013

''Cabalgando entre las gomas''


Para entender la poesía de mi profesor Pedro Granados, me animé a  diseñar lo que creo que significa ese proceso. ''Cabalgando entre las gomas'', es la idea que tengo para explicar lo que quiere decir, cuando escribe y aparentemente no dice. Decir algo, en su poesía, es decir, leyéndola entre las líneas, interpretando  los fragmentos que construye sin linealidad. Es como el juego de las gomas, de mi infancia. El que consigue pasar esa telaraña de gomas, inventadas a propósito, es el que posiblemente descubra el sentido de la poesía, lo que ella grita, a escondidas.

Jazmín Gutiérrez. Unila. 2013


quarta-feira, 5 de junho de 2013

Tradução Coletiva


Pessoa Ruim (Ricardo Corona; Curitiba 1962).

Nunca fui campeão de nada
Vim pela rota mais rota
Fui até a última encruzilhada
Topei um pacto com o copeta
Em troca nunca me faltou caneta
Sou o escriba do poema em linha reta
Tudo que fiz foi levando porrada
Não escrevendo o certo por linhas tortas
Escrevo para não ser chamado de poeta
Escrevo como quem se ri e espera
A colisão dos planetas
O descarrilo do trem
Escrevo como quem amaldiçoa almas
Amém


Mala Persona (Tradução).

Nunca fui campeón de nada
Vine por la ruta más estrecha
Fui hasta la última encruzijada
Hice un pacto con el diablo
A cambio nunca me faltó boligrafo
Sou el escritor del poema derecho
Todo lo hice molido a palos
No escribo lo derecho en lineas curvas
Escribo para no ser denominado poeta
Escribo como quien se rie y espera
La colisión de los planetas
El descarrillado del trem
Escribo como quien amaldiçoa las almas
Así sea. 





Tradução coletiva. 
Disciplina Prática Criativa Contrastiva
Docente: Pedro Granados.
Discentes: Elizabete da Conceição Vieria, Emanuely Duarte, Izabela Fernandez, Jazmin Gutierrez, Selma Araújo.
Letras, Artes e Mediação Cultural. 



segunda-feira, 3 de junho de 2013

160 anos de José Martí

160 anos de José Martí


Em comemoração aos 160 anos do nascimento do grande poeta e intelectual José Julián Martí Pérez, nascido em Havana- Cuba em 28 de janeiro de 1853 e falecido em Dos Ríos em 19 de maio de 1895.  Abrimos nosso blogue com a tradução dos quartetos de “Versos sencillos”, escritos em 1890 nas montanhas de Catskiil- New York e publicado em 1891.

Yo soy un hombre sincero
De donde crece la palma
Y antes de morirme quiero
Echar mis versos del alma

Yo vendo de todas  partes
Y hacía todas partes voy
Arte soy entre las artes
En los montes, montes soy


Eu sou um homem sincero
De onde cresce a palma
E antes de morrer quero
Lançar meus versos da alma

Eu venho de todas as partes
E por todas partes vou
Arte sou entre as artes
Entre os montes, montes sou

Tradução: Izabela Fernandes de Souza